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Polícia Federal desarticula rede de tráfico internacional entre máfia italiana e PCC

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (10) as operações Mafiusi e Conexão Paraíba, visando desmantelar uma rede de tráfico de cocaína ligada à máfia italiana ‘Ndrangheta e ao Primeiro Comando da Capital (PCC). O grupo criminoso operava entre a América do Sul e a Europa, usando rotas marítimas e aéreas para transportar grandes quantidades de droga.

Prisões e buscas

As operações resultaram na captura de 10 investigados — 9 no Brasil e 1 na Espanha — além da execução de 46 mandados de busca e apreensão em diversos estados brasileiros, incluindo São Paulo, Santa Catarina e Paraíba. A Justiça também determinou o bloqueio de bens e contas no valor de até R$ 126 milhões.

Esquema logístico internacional

A quadrilha utilizava o Porto de Paranaguá, no Paraná, como ponto estratégico para o envio de cocaína à Europa, especialmente ao Porto de Valência, na Espanha. A droga era escondida em contêineres que transportavam cerâmica, louça sanitária e madeira.

Além disso, aeronaves privadas eram empregadas para enviar a carga à Bélgica, desembarcando em áreas fora da fiscalização alfandegária.

Parcerias criminosas

A investigação revelou que a máfia italiana fornecia cocaína, enquanto o PCC gerenciava a logística e o transporte no Brasil. A operação é um desdobramento da Operação Retis, iniciada em 2022, que já havia identificado conexões entre a facção paulista e organizações europeias.

Lavagem de dinheiro bilionária

Entre 2018 e 2022, o grupo movimentou R$ 2 bilhões em um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro, utilizando empresas de fachada e contas falsas.

Ações coordenadas

A ofensiva contou com a colaboração da Justiça Federal brasileira, autoridades italianas, Guarda Civil Espanhola, Interpol, Europol, Eurojust, Receita Federal e Ministério Público. As investigações foram conduzidas com cooperação internacional, destacando o esforço conjunto para combater o tráfico e suas ramificações financeiras.

As operações demonstram a capacidade das organizações criminosas de atuar de forma global, mas também evidenciam o potencial de articulação entre forças de segurança para desmantelar esquemas complexos de tráfico e lavagem de dinheiro.