Justiça Impõe a Luciano Hang Multa de R$ 85 Mi por Assédio Eleitoral
Dono da Havan teria coagido funcionários a votar em Jair Bolsonaro na eleição presidencial de 2018; empresário vê decisão ‘ideológica’
Em nota, Hang classificou a decisão como descabida e ideológica e disse que vai recorrer.
Na denúncia, o Ministério Público do Trabalho (MPT) afirma que Hang fez campanha política dentro de lojas da Havan com participação obrigatória dos empregados.
Os atos, segundo o MP, se replicaram por várias filiais da Havan.
Os promotores argumentaram que os funcionários foram obrigados a passar por situação humilhante.
O MPT em Santa Catarina diz que recebeu mais de trinta denúncias sobre a irregularidade.
Na decisão, o juiz determina o pagamento de indenização, a título de dano moral coletivo, no valor de 1 milhão de reais, e de 1.000 reais por dano moral individual, para cada empregado da Havan com vínculo até o dia 1º de outubro de 2018.
Segundo o magistrado, o empresário não só fez campanha para um candidato às eleições, mas colocou em xeque a continuidade de todos os contratos de trabalho firmados pela ré Havan, caso houvesse resultado desfavorável sob a sua ótica.
DEFESA
Em nota, Hang acusou o juiz de decidir de forma ideológica.
É um total absurdo. Inclusive, na época dos acontecimentos foram feitas diversas perícias nomeadas pela própria Justiça do Trabalho e nada ficou comprovado, não houve irregularidades.
O juiz deveria seguir as provas, o que não fez, seguiu a sua própria ideologia, afirma.
Ele ressalta que todas as ordens e decisões da Justiça foram cumpridas, com informações levadas a todos os colaboradores sobre a livre expressão do voto, com o envio de mala direta no e-mail dos colaboradores e colocado no display eletrônico de cada loja.
Tudo foi feito de modo a garantir a liberdade dos colaboradores. Afinal, temos até hoje em nosso quadro colaboradores de várias outras ideologias políticas.
Aliás, importante lembrar que o voto é secreto e cada um votou conforme sua convicção, disse.
Hang destaca ainda que a denúncia não partiu de colaboradores, mas, sim, de agentes públicos com militância política e sindicatos.
Estamos tranquilos e vamos recorrer da decisão, afinal, nada foi feito de errado e isso já havia sido comprovado lá atrás.
Ainda acreditamos na Justiça brasileira.