Mercados entram em colapso com guerra comercial: bolsas despencam e dólar bate R$ 5,90
As bolsas mundiais enfrentam uma segunda-feira (7) de forte turbulência, com quedas generalizadas após a intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China. O impacto atinge diretamente o Brasil: o dólar comercial disparou e chegou a R$ 5,9008 no fim da manhã, enquanto o Ibovespa recua quase 2%, operando abaixo dos 125 mil pontos.
A tensão cresceu após o anúncio de novas tarifas da China contra produtos americanos, em resposta à postura rígida do presidente Donald Trump. A medida gerou pânico nos mercados globais e empurrou investidores para posições mais conservadoras.
Wall Street em pânico: S&P 500 entra em bear market
Nos Estados Unidos, os três principais índices abriram em forte queda. O S&P 500 já opera em território de bear market — quando há recuo de 20% em relação ao pico recente. O índice caiu 4,5% logo na abertura, o Nasdaq recuou quase 5%, e o Dow Jones perdeu 3,5%. É a segunda transição mais rápida da história do S&P de alta recorde para mercado baixista — atrás apenas do colapso durante a pandemia de 2020.
O índice de volatilidade VIX, conhecido como o “índice do medo”, disparou aos maiores níveis desde a crise da Covid-19, refletindo o temor dos investidores quanto aos próximos capítulos da disputa comercial.
Europa e Ásia em queda livre
Na Europa, o índice STOXX 600 desabou 4,2%, acumulando a maior perda diária desde 2020. A falta de sinais de recuo por parte da Casa Branca alimenta preocupações sobre uma recessão global, e os países da União Europeia já avaliam medidas de retaliação comercial contra os Estados Unidos.
Na Ásia, o índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 13,22% — sua pior queda diária desde a crise financeira de 1997. O CSI300 da China recuou 7,05%, mesmo com tentativa do governo chinês de intervir no mercado por meio da “equipe nacional” de investidores estatais.
Petróleo em queda e recessão no radar
O petróleo seguiu a mesma tendência negativa. O Brent caiu para US$ 63,84 por barril, enquanto o WTI recuou para US$ 60,35. Ambos atingiram o menor valor desde abril de 2021, pressionados pela possível queda na demanda global causada por uma recessão.
Na semana anterior, os dois contratos já haviam acumulado perdas superiores a 10%.
Criptomoedas derretem
O Bitcoin também sentiu os reflexos do colapso. A principal criptomoeda do mundo caiu mais de 7% e voltou ao patamar de US$ 76 mil, após ultrapassar os US$ 80 mil com o impacto da vitória de Trump. Ethereum e Solana recuaram quase 10%, e XRP caiu 7%, refletindo a aversão ao risco dos investidores.
Trump pressiona o Fed
Em meio ao caos, Donald Trump usou as redes sociais para cobrar o Federal Reserve. O ex-presidente voltou a pressionar por uma redução nos juros, afirmando que o Fed precisa agir rápido para evitar uma crise ainda maior.
Com os mercados em colapso, o mundo financeiro entra em modo de alerta. A guerra comercial agora ameaça não apenas o crescimento econômico global, mas também a estabilidade dos principais mercados.