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Ronaldo Fenômeno critica duramente eleições da CBF: “Enquanto o poder estiver na mão deles, nada vai mudar”

O ex-jogador Ronaldo Nazário, ídolo da Seleção Brasileira e empresário do futebol, voltou a criticar o sistema eleitoral da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) neste domingo (18). Em entrevista à TV Band, durante o Grande Prêmio da Emília-Romanha de Fórmula 1, na Itália, Ronaldo fez duras declarações sobre a estrutura política da entidade e o futuro do futebol brasileiro.

Enquanto o estatuto da CBF for esse que é agora, com o poder concentrado nas mãos dos 27 presidentes de federações, essa palhaçada vai continuar. Não tem absolutamente nenhuma chance de reforma no futebol brasileiro”, disparou Ronaldo, ao comentar o atual momento conturbado da instituição, após o afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência por decisão da Justiça do Rio de Janeiro.

Para o Fenômeno, a crise não é novidade, mas sim um ciclo vicioso que impede qualquer mudança concreta:
“Muda a página, mas o livro é o mesmo. É tudo farinha do mesmo saco”, lamentou.

Frustração com o sistema e falta de diálogo

Ronaldo revelou que chegou a se interessar pela presidência da CBF, mas desistiu diante da falta de abertura para o diálogo com as federações estaduais. Sem o apoio mínimo de quatro federações e quatro clubes das Séries A ou B, sua candidatura sequer foi considerada viável.

Não pude apresentar meu projeto, levar minhas ideias e ouvi-las como gostaria. Não houve qualquer abertura para o diálogo”, relatou, em tom de desabafo.

“Futebol brasileiro tem potencial desperdiçado”

O ex-camisa 9 também lamentou o desperdício do potencial esportivo do Brasil, atribuindo o declínio da Seleção e das instituições à falta de reformas estruturais:

“É uma pena, porque o futebol brasileiro tem um potencial tão grande. Bastaria uma reforma importante para que a gente pudesse voltar a vencer títulos e reconectar a Seleção ao torcedor. Mas isso não vai mudar. Vão maquiar a situação, mas os escândalos e a corrupção vão voltar”, alertou.

Ronaldo finalizou sua fala com tom de ceticismo, destacando que enquanto o atual modelo de governança da CBF prevalecer, o futebol brasileiro continuará preso em ciclos de crise, escândalos e falta de renovação.