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TJ suspende atividades de time de futebol utilizado para lavagem de dinheiro de facção criminosa em Mato Grosso

O juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo) de Cuiabá, determinou a suspensão das atividades econômicas do time de futebol amador Amigos de WT e de uma empresa mecânica de fachada, ambos ligados à lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas. A decisão integra a Operação Fair Play, realizada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) da Polícia Civil.

Esquema de lavagem de dinheiro

O time Amigos de WT pertence a Paulo Witer Faria Paelo, conhecido como WT, que atua como tesoureiro de uma facção criminosa em Cuiabá. Paralelamente, a empresa mecânica A.N.M. Dos Santos, registrada em nome de Andrew Nickolas Marques dos Santos, considerado braço direito de WT, também operava como fachada para a organização.

De acordo com o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), ambas as empresas apresentaram movimentações financeiras incompatíveis com seus perfis declarados, incluindo depósitos fracionados e recebimentos expressivos de terceiros sem justificativa.

Atividades investigadas

  • Time de Futebol (Amigos de WT): utilizado para movimentar dinheiro do tráfico por meio de eventos esportivos.
  • Empresa mecânica (A.N.M. Dos Santos): aberta em 2017, também servia exclusivamente para lavar dinheiro do tráfico, movimentando capital incompatível com suas atividades declaradas.

Resultados da operação

Deflagrada na quarta-feira (27), a Operação Fair Play cumpriu 19 mandados judiciais:

  • 11 prisões
  • 8 buscas e apreensões
  • Sequestro de veículos e bloqueio de bens

A operação é um desdobramento da Operação Apito Final, que investigou a ocultação de bens e recursos de organizações criminosas. Paulo Witer, o WT, está preso desde abril deste ano, após as investigações apontarem seu papel central no esquema de lavagem de dinheiro.

Impacto da decisão

Com a suspensão das atividades econômicas, ambas as empresas estão impedidas de operar, e seus bens foram bloqueados. As investigações reforçam o combate à utilização de atividades esportivas e comerciais para disfarçar recursos ilícitos oriundos do tráfico de drogas em Mato Grosso.