Dólar sobe pelo 4º dia consecutivo e atinge R$ 6,16
O dólar comercial alcançou R$ 6,16 na máxima desta terça-feira (17), marcando o quarto dia consecutivo de alta. A valorização foi impulsionada pela divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que reforçou as expectativas de elevação da taxa Selic para 14,25% em março.
Fatores que impulsionaram o dólar
A ata do Copom apontou um cenário econômico mais adverso, com destaque para:
- Desvalorização do real: Reflexo das incertezas sobre o pacote de cortes de gastos;
- Impacto nos ativos financeiros: Percepção negativa dos agentes econômicos sobre o pacote fiscal afetou o prêmio de risco, a inflação e a taxa de câmbio;
- Desancoragem das expectativas: O documento destacou que as projeções de inflação estão menos ancoradas, exigindo uma política monetária mais rigorosa para conter os impactos.
O Banco Central reconheceu o agravamento do cenário e realizou dois leilões de câmbio na segunda-feira (16), mas não conseguiu conter a alta da moeda norte-americana.
Movimento do mercado
- Abertura do dia (09h08): O dólar subia 0,92%, cotado a R$ 6,1500;
- Máxima do dia: R$ 6,1640;
- Fechamento do dia anterior: R$ 6,0942, com alta de 0,99%.
No acumulado, o dólar registra:
- Alta semanal: 0,99%;
- Alta mensal: 1,56%;
- Avanço no ano: 25,59%.
Impactos no mercado e próximos passos
A combinação de um cenário econômico incerto, com riscos fiscais elevados e desconfiança dos agentes financeiros, está pressionando a moeda brasileira. A expectativa de um aumento na taxa Selic, embora visa conter a inflação e atrair investimentos, ainda não foi suficiente para reverter a desvalorização do real.
Com a moeda americana em alta, o mercado segue atento às próximas decisões do Banco Central e ao andamento do pacote fiscal no Congresso, que será determinante para a confiança econômica e o comportamento do câmbio nos próximos meses.