Moraes nega perseguição a idosos e minimiza perfil dos condenados pelo STF
Em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de aliados no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes rebateu a narrativa de que a Corte estaria condenando “velhinhas com a Bíblia na mão”. Durante a sessão da 1ª Turma nesta terça-feira (27), ele afirmou que essa alegação é “totalmente inverídica” e apresentou um balanço das condenações relacionadas aos atos de 8 de janeiro.
“Se cria uma narrativa, assim como a de que a Terra seria plana, de que o Supremo condena ‘velhinhas com a Bíblia na mão’ que estavam apenas passeando por Brasília. Nada mais mentiroso do que isso”, disse Moraes, em tom irônico.
O ministro revelou que, das 497 pessoas já condenadas, 91% têm menos de 60 anos e apenas 43 possuem mais de 60 anos. Desses, apenas sete têm mais de 70 anos. “Então, essa narrativa de que são mulheres idosas sendo presas é totalmente mentirosa”, argumentou.
As declarações do magistrado ocorrem em um momento de crescente desconfiança sobre a imparcialidade do STF, especialmente entre apoiadores do ex-presidente. Críticos apontam que a Corte tem agido de forma seletiva, com penas rigorosas para manifestantes comuns, enquanto grupos ligados à esquerda recebem tratamento mais brando.
Na mesma sessão, os advogados de defesa solicitaram o impedimento de Moraes e dos ministros Cristiano Zanin e Flávio Dino, sob alegação de parcialidade no julgamento. O pedido, no entanto, foi ignorado, e o julgamento seguiu sem maiores contestações no plenário.