Política

“Perseguição a Bolsonaro”: Oposição Critica Operação da PF contra Ex-Presidente e Aliados

Deputados e senadores da oposição ao governo expressaram forte crítica à Operação Tempus Veritatis da Polícia Federal, que tem como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados, rotulando-a como perseguição política. O deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) declarou em sua conta no X que a operação foi iniciada apenas 24 horas após Bolsonaro ser recebido por uma multidão em São Sebastião, litoral de São Paulo.

Ao comentar sobre a operação da Polícia Federal, o deputado Messias Donato (Republicanos-ES) afirmou que “segue uma busca implacável para intimidar a oposição” e enviou palavras de encorajamento ao ex-presidente. “Bolsonaro também foi alvo dessa perseguição. Seja forte, meu presidente @jairbolsonaro! O medo de sua popularidade está evidente. Primeiro foi após uma live de grande sucesso. Agora, após uma manifestação pacífica repleta de patriotas. A democracia relativa segue em pleno vapor.”

Na mesma linha, a deputada Carla Zambelli afirmou que apenas 24 horas após uma expressiva demonstração de apoio popular, o ex-presidente e seus aliados foram alvos de mandados. O filho do ex-presidente, deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), listou as datas de eventos realizados pelos Bolsonaro e das ações da Polícia Federal em sequência. Ele ainda salientou que a “política no Brasil é decidida no Supremo Tribunal Federal”.

No dia 29 de janeiro, o filho 02 do ex-presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), foi alvo da Operação Vigilância Aproximada por suspeita de ter recebido dados coletados ilegalmente pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Um dos locais das buscas foi o gabinete de Carlos Bolsonaro na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, onde foram apreendidos um computador e documentos. Na ocasião, o ex-presidente afirmou que estão tentando tirá-lo de combate “a qualquer preço”.

A operação que teve como alvo Carlos Bolsonaro foi a terceira contra um político de direita aliado ao ex-presidente realizada em menos de duas semanas. Em 25 de janeiro, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) foi alvo de uma ação que investigava seu envolvimento no caso da Abin.

A ação da PF contra o deputado Carlos Jordy (PL-RJ), em 18 de janeiro, teve como objetivo investigar se ele teria orientado caminhoneiros em protestos após o segundo turno da eleição presidencial de 2022. Tanto Ramagem quanto Jordy são pré-candidatos do PL às prefeituras do Rio de Janeiro e de Niterói, respectivamente.

Além de caracterizar a ação da PF como perseguição política, a deputada Carol de Toni (PL-SC) afirmou que “a perseguição contra a direita não tem limites” e destacou que, “após operações contra Carlos Jordy e Carlos Bolsonaro, a parte III da tentativa de incriminar Bolsonaro e aliados, por qualquer motivo, continua”.

Indignação sem surpresas A ex-ministra do governo Bolsonaro, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), expressou sua indignação, embora tenha afirmado que não está surpresa. “Sabemos como funciona o mecanismo. Muitos não acreditavam quando a gente falava e agora estão vendo tudo acontecer. Que Deus tenha misericórdia do nosso país”.

O deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) também comentou sobre a popularidade incômoda do ex-presidente e de seus aliados em ano eleitoral. Segundo ele, “não existe razoabilidade e nem equilíbrio de Poderes” no Brasil. “Mais uma decisão monocrática com viés ideológico e político a poucos meses de eleições municipais. O arranjo político está a todo vapor”, comentou.

Já o ex-deputado Paulo Martins (PL-PR) publicou um link para uma reportagem sobre a operação e afirmou que “a ‘democracia’ acordou com fome mais uma vez”. Maurício Marcon, deputado federal pelo Podemos do Rio Grande do Sul, também publicou uma imagem de uma reportagem da Operação de hoje com o comentário “Brazuela”, comparando a ação da PF à perseguição política praticada na Venezuela, pelo ditador Nicolás Maduro.

O presidente nacional do partido Novo também classificou a Operação como perseguição política, ao questionar se existe “alguma outra democracia onde tantos políticos de oposição são perseguidos, intimidados, investigados, processados e presos como tem acontecido rotineiramente aqui?”

Segundo o deputado Coronel Meira (PL-PE), “o crime de Bolsonaro é arrastar multidões por onde passa, e a simples possibilidade de ele voltar a ser presidente assusta o SISTEMA! A democracia está sob grave risco”.

A Operação da Polícia Federal foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (8) e tem como alvos o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados, no âmbito das investigações dos atos de 8 de janeiro de 2023. Ao todo, são cumpridos 37 mandados de prisão, busca e apreensão em nove estados e no Distrito Federal.