Parlamento sul-coreano aprova impeachment de Yoon Suk Yeol
O Parlamento da Coreia do Sul aprovou neste sábado (14) a destituição do presidente Yoon Suk Yeol, após a polêmica sobre seu decreto de lei marcial, emitido em 3 de dezembro. A moção foi aprovada por 204 votos a favor e 85 contra, suspendendo Yoon de suas funções enquanto o Tribunal Constitucional analisa o caso, o que pode levar até 180 dias. Durante este período, o primeiro-ministro Han Duck-soo assume interinamente a presidência.
Crise política e protestos
O decreto de lei marcial, o primeiro no país em mais de 40 anos, vigorou por apenas seis horas, mas gerou uma crise sem precedentes. A medida foi amplamente condenada por partidos de oposição, especialistas legais e parte da população, que alegaram que o presidente tentou minar a Constituição e ameaçar o Parlamento.
Nos últimos dias, manifestações massivas tomaram as ruas de Seul, com dezenas de milhares de pessoas exigindo a destituição e prisão de Yoon. Os protestos, marcados por cantos, danças e símbolos como barras de luz de K-pop, demonstraram o descontentamento público, enquanto grupos conservadores realizaram atos pacíficos de apoio ao presidente.
Acusações e consequências
Yoon é acusado de rebelião, abuso de poder e outras infrações, incluindo a tentativa de suspender as operações parlamentares por meio da lei marcial. Segundo a Constituição sul-coreana, um presidente só pode declarar lei marcial em casos de guerra ou emergências graves, o que não era aplicável no contexto atual.
Além do impeachment, Yoon enfrenta uma investigação por possíveis crimes de rebelião, que podem levar a prisão perpétua ou pena de morte. Ele está proibido de deixar o país enquanto o processo avança.
Reações e cenário político
Yoon rejeitou as acusações, chamando a oposição de “força antiestatal” e defendendo suas ações como legítimas. Já o líder do Partido Democrático, Lee Jae-myung, descreveu o decreto como uma “declaração de guerra contra o próprio povo”.
A destituição de Yoon também levou à prisão de altos funcionários de sua administração, incluindo o ministro da Defesa e o chefe da polícia nacional, aprofundando a crise.
Se o Tribunal Constitucional confirmar a remoção, o país realizará uma nova eleição presidencial em até 60 dias, marcando um momento crucial para a estabilidade política da Coreia do Sul.